segunda-feira, 27 de julho de 2009

TV de cachorro

Certamente o telespectador, ops...o leitor já deve ter ouvido falar na TV de cachorro.
A TV de cachorro nada tem a ver com a televisão que a gente conhece, com imagens virtuais e grandes produções, nada disso...trata-se daquela máquina presente em padarias e supermercados de grandes e pequenas cidades, produzidas para assar frango, com imagens bem reais.
Nestas máquinas, cães a as vezes gatos, ficam paralisados diante da "tela" observando os espetos recheados de frangos suculentos dando voltas em torno de si mesmos.
A chamada "TV de cachorro" não traz nenhuma informação nova ao cachorro, serve apenas para suscitar o desejo do cão em comer um ou mais frangos da máquina, o que raramente acontece.
A possibilidade de um frango escorregar pela calçada ou de algum transeunte dividir um pedaço com o cão é de menos de um porcento, mas mesmo assim, o cão continua a espera desta grande chance acontecer um dia e talvez só o fato dele imaginar-se comendo uma suculenta coxinha de galinha já o satisfaça temporariamente.
O homem também tem a sua "TV de cachorro", a mais conhecida é uma rede internacional de televisão chamada Playboy TV.
A Playboy TV é um canal por assinatura de conteúdo erótico, distribuído por quase todas as empresas de TV a cabo no país e fora dele.
A programação adulta da Playboy TV é contituída basicamente por vídeo-clips com coelhinhas e playmates das revistas americanas e européis, mas também participam mulheres latinas e asiáticas.
No final do ano existe um concurso que escolhe a Miss Playboy TV entre todas as participantes do mundo, mas nenhuma brasileira ainda ganhou o prêmio.
A Playboy TV é o canal adulto com o maior número de assinantes no Brasil, mas emprega poucos brasileiros; a emissora prefere importar a maior parte da sua programação e investir no "voyerismo" sem se preocupar muito com o conteúdo jornalístico ou informativo para seus assinantes.
Assim como o cachorro frente a máquina de frango, o telespectador tem uma chance mínima (para não dizer nenhuma) de conhecer a coelhinha libidinosa que o faz gozar em frente à tela de TV; mas isso pouco importa, porque ela irá povoar os seus sonhos naquela noite, talvez por dias ou semanas, até ser trocada pelo próximo programa.
Será que os marketeiros da Playboy nunca pensaram em trocar o coelhinho da marca, por um cachorro?

Wagner Jr.
Radialista, Jornalista e Criador da TV Diferente (www.videolog.tv/tvdiferente)

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